03 março, 2009

Ato de escrever, ato de andar, ato de olhar... encontrar


Me deparei com a escrita como quem tropeça no meio da rua e passa o dia todo com o dedão do pé latejando. Bem assim!
Comecei com textos pequenos e agora me aventuro em textos maiores, chegando até a ter capítulos.
Crio personagens para perambularem comigo pela cidade.
Escrevo sobre os encontros que tenho na rua, na faculdade, na praia, desde uma conversa sentada na grama até uma onda que empurra meu corpo na água.
Estou como na foto, aberta para o que posso encontrar, estes encontros podem me fazer aproximar ou me afastar, mas isto sempre acompanhado de um questionamento, de um fazer pensar sobre ele.
Me lembro de um texto que li ano passado. Eu o encontrei em um dia que não tinha quase ninguém na faculdade porque já era Dezembro, e eu fui fuxicar a pasta do professor Luis Antonio e encontrei este texto, chamado "A arte de andar nas ruas do rio de janeiro". Em algum momento o autor se refere a um olhar panorâmico, e eu fiquei com isso na cabeça pensando como seria um olhar panorâmico da cidade.
Dias depois subi a trilha do pão de açucar e lá em cima, olhando a vista pensei: "isto é a vista panoramica do Rio de Janeiro". Mas quando isto se junta ao ato de escrever me pareceu algo contraditório.
Porque o que eu busco são os encontros, como vou "encontrar" se me coloco de cima olhando?
Isto geraria um distanciamento. Dúvidas e contradições foram o que se formaram.
Mas andando pela rua e pensando sobre isto pensei em uma coisa: quando olho para frente muitas coisas se sobrepõem ao meu olhar, criando barreiras que me impedem de ver outras coisas, e tendo um olhar panorâmico eu não faria distinções, tudo estaria em um mesmo plano.
Conseguem entender?
Não quero falar de modo dificil e acho que nem preciso usar palavras quase nunca usadas para dar base aos meus pensamentos.
Penso deste modo e até na escrita dos meus textos eu tento manter esta simplicidade para que mais pessoas possam ter contato com o que escrevo.
Pensamentos meus que se fazem na rua mesmo, com duas senhoras catando comida numa lata de lixo antes de ser virada no caminhão, com as vozes estrangeiras que ouço a todo momento, uma buzina de carro, uma musica, o balançar da barca na água, as pessoas se espremendo nas janelas quadradas para ter um pedacinho da vista da baía, a conversa com o porteiro nordestino.... simples assim!
Eu ainda procuro um modo de olhar a cidade, penso que não há um modo determinado para isso!
Mas busco um olhar que não se feche apenas ao ato de ver/olhar, mas que carregue todos os outros sentidos. Como meu corpo é afetado?
"Nosso pensamento-corpo-afeto não tem essência, depende da composição de forças, da geografia, das paisagens, texturas, temperaturas. Nos tornamos outros em cada momento!"*
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* frase da Cris Knijnik em um email que ela me mandou!
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Descrição da foto: Foto tirada em Barra de Guaratiba, eu estou em cima de uma pedra e de braços abertos.

11 comentários:

  1. Tô gostando de ver seu empenho, muito legal o texto!
    Sucesso para o blog!!
    Beijos,
    Mariana

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  2. Muito bom, Jô!!
    Lendo o texto eu pensei como o seu trabalho com a Marcia deve estar sendo fundamental na sua vida. Vejo muitos elementos com referencia a isso. Posso estar enganada,a final nao conheço quase nada à Marcia e, na verdade, vc tb nao. Mas é o q eu, q estou d fora e d longe, consigo perceber. Senti uma felicidade quentinha ao pensar isso! Tomara q isso seja verdade e tomara q esteja realmente mudando sua vida!
    Torço por ti, Jô!
    beijao
    Natália

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  3. Ei maninah linda!!! isso msm, to gostando d ver!!!
    colocando mais cor na vida...
    estou mto feliz por vc
    t amoooo

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  4. Oi Jo... parabéns pelo texto, continue com o "olhar panorâmico" ao vislumbrar a vida e ...sem dúvida estará se tornando uma pessoa melhor e uma excelente profissional..

    Um abraço!
    De seu amigo Cadu.

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  5. Incrível texto. Quando falou de um olhar panorâmico outra coisa me veio a mente... não o fato de olhar "de cima" ou olhar muitas coisas ao mesmo tempo e de maneira "plana"... me veio à cabeça uma maneira de ver as coisas de vários modos, ver tudo se unindo para ser algo que tem um sentido diferente do que teriam sozinhos na paisagem. De qualquer maneira, você escreve de maneira sublime e a simplicidade será um triunfo nesta tua jornada para nos iluminar com teus pensamentos ^^

    Um grande abraço pra vc Jo
    Leandro Flores

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  6. Jô, que lindeza!! Continue as aventuras...
    Beijo grande e saudades de vcs...
    Lulu

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  7. Jô, que lindeza seu texto! Continue as "aventuranças"!
    Beijo grandão e saudades de vcs!

    Lulu

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  8. Jô,
    Vejo que você já entrou de cabeça na onda das andanças afetadas e cartográficas da psiuff...rs
    Cretinices à parte, acho muito bonita a construção que você está fazendo.
    Um beijo,

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  9. Jo, minha linda!!!
    desculpas a ausência, e ainda vou ficar te devendo essa por essa semana nosso dialogo de comentarios, até porque vou pensar um pouquinho sobre o que eu escrevi pra poder te explicar de forma mais detalhadas os caminhos que escolhi e porque fui para cá e não para lá. ESsa semana é uma correria. EStou numa oficina de teatro com a Cia. Tear de teatro, dirigida por Ceronha POntes. E tenho as aulas da Cia. Doc-Dança. E ainda tem... Muita coisa, depois explico melhor. Abraços.

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  10. oieee Jô !!! Que bom vc agora com blog, fik menos sumida, ou pelo menos eu tô me enganando nesse sentido !!! Como sempre vc faz as coisas muito bem feito.
    Não tenho nem o q falar do texto né?! Os comentarios acima já dizem td... É algo q faz refletir, pensar, fico admirado qd leio.
    Agora sem mt melação...rsrrs

    Sucesso pra ti menina, como já disse , c vai longe . Afinal vc merece...

    Grande Beijo menina..
    Vc sabe q gosto mt de ti..

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